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ICMbio: Unidades de conservação abrigam importantes locais para a cultura afro-brasileira

Ao contrário do que se pensa, os quatro milhões de crianças, mulheres e homens trazidos para o Brasil da África de maneira forçada, até o tráfico internacional ser formalmente abolido, em 1850, pertenciam a inúmeras etnias. Cada uma tinha suas próprias práticas culturais, religiosas e sociais, até mesmo características físicas distintas. Além disso, era comum que os senhores de escravos adquirissem pessoas de diferentes nacionalidades exatamente para evitar organização e revoltas.

Para se ter uma ideia do complexo caldeirão cultural, costuma-se dividir grosseiramente os povos africanos escravizados em três grandes grupos: povos de culturas sudanesas (iorubás, jejês, fanti, ashanti); islâmicos (fulas, mandingas e hauçás) e bantus (oriundos de regiões como Angola e Moçambique), com inúmeras variações étnicas dentro destas grandes classificações.

Infelizmente, muitas das tradições foram perdidas para sempre. Mas uma das formas encontradas para manter a cultura foi por meio das religiões de matrizes africanas. Historiadores já entendem que a tradição da oralidade é uma maneira de estudar o passado e a ancestralidade do povo negro. Apesar de terem sido sistematicamente perseguidas por séculos, algo que persiste até hoje, as religiões de matrizes africanas crescem em número de adeptos, até entre os que se declaram brancos. O Censo de 2010 relata que 3 milhões de brasileiros se declaram como seguidores de religiões como umbanda e candomblé. Só em Salvador, a cidade mais negra fora da África, são 2,2 mil terreiros.

As religiões de matrizes africanas e suas divindades, os orixás, os nkisis e os voduns , têm uma intensa ligação com a natureza, o que demanda que, para as práticas religiosas, haja um contato constante. Rituais para purificação, energização e contato com o mundo espiritual são realizados em contato ou com o auxílio de recursos naturais, como água, aromas, pedras, plantas
etc.

Acesse a reportagem completa: https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/downloads/icmbioemfoco584.pdf