Patrimônio

Foto: Gabriel Silveira
Patrimônio Ambiental
Pedra de Xangô - Nzazi - Sogbo

A criação da APA Municipal é uma estratégia foral e espacial que visa contribuir para a melhoria das condições socioambientais da região de Cajazeiras e adjacências e o desenvolvimento sustentável participativo, tanto da APA Estadual Joanes – Ipitanga, quanto da conservação da subbacia do Ribeirão Itapuã. Objetiva, ainda, garantir as manifestacões das culturas populares indigenas e afrobrasileiras na localidade e, sobretudo, a salvaguarda, preservação e reconhecimento da Pedra de Xangô como patrimônio cultural afrobrasileiro.

O Parque Pedra de Xangô trás uma proposta pioneira na cidade de Salvador por possuir em sua concepção a espacialidade em Rede, que tece uma territorialidade em teia. Um parque não é mais uma superfície continua, com um perímetro bem definido e claro.

(SILVA, 2017)

Patrimônio Cultural
Pedra de Xangô - Nzazi - Sogbo

A Pedra de Xangô é um patrimônio cultural, geológico, simbólico, mítico da cidade de Salvador – Bahia. A palavra “Xangô” é um conceito polissêmico e abrange o termo nas nações Ketu, Angola e Jeje e, também, os outros nomes como é conhecido o rochedo. A referência nos textos ao termo “Pedra de Xangô” não se deve à suposta primazia da nação Iorubá (nagôcentrismo), mas pelo simples fato do monumento ser mais conhecido como Pedra de Xangô. Portanto, toda vez que mencionarmos Pedra de Xangô entenda-se Pedra de Xangô, Nzazi, Sogbo, do Buraco do Tatu, da Onça e do Ramalho, numa nítida demonstração do sentimento de pertença que as nações Ketu, Angola e Jeje e demais segmentos nutrem para com a pedra. (SILVA, 2017).

Patrimônio Geológico
Painel Interpretativo do Geossitio Pedra de Xangô.

Sítio geológico de importância cultural, onde são realizados inúmeros ritos litúrgicos oriundos das religiões de matriz africana, principalmente a festa do Orixá Xangô, sendo considerado um lugar sagrado para as comunidades tradicionais de terreiros de Candomblé que habitam nas áreas adjacentes.

No local aflora uma rocha Gnáissica, com foliação subvertical com direção N90º, constituída de um lajedo e dois blocos residuais. Nas paredes laterais dos blocos ocorrem caneluras de dissolução, aparentemente no mesmo sentido dos planos de foliação da rocha subjacente. Na superfície do lajedo se observa uma fratura, provavelmente de alívio, de orientação N100°, com inflexão para N120° na fratura mais proeminente, o que, supostamente, condicionou a separação dos blocos.

O sítio está inserido em um relevo dissecado em colinas de topos convexos, apresentando morfologia característica de “mares de morros”, com espesso manto de cobertura (regolito > 25 m).

Os blocos residuais parecem ser os únicos afloramentos rochosos da área, sendo os mesmos, associados a litologia que constitui o Cinturão Salvador-Esplanada (CSE).

Para além da sua relevância cultural, o local representa um afloramento rochoso que permite acesso ao material parental dos “mares de morros” do miolo de Salvador.

Ademais, existe um conjunto de estudos realizados pela Universidade Federal da Bahia – UFBa, enfocando aspectos históricos/culturais, e Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM, abordando aspectos petrológicos e geomorfológicos, o que confere também uma relevância científica ao sítio.

Portanto, o local tem potencial didático para ilustrar os processos de evolução tectônica da cidade de Salvador, como também, os processos morfodinâmicos que alteram a paisagem ao longo do tempo”.

Sérgio Magarão.

http://cbg2018anais.siteoficial.ws/anexos/st1/7490.pdf

https://www.cprm.gov.br/geossit/geossitios/ver/1304